quinta-feira, 20 de junho de 2013

toda a gente te quer comer viva

outra coisa que acontece quando morre um pai é que toda a gente te quer comer viva.

e já agora, ele hoje fazia 61 anos, por isso..

parabéns pai!

quarta-feira, 19 de junho de 2013

28.05.2013

escrevi assim:

"dia 2.
os gigantes vieram, ainda nos rimos (tão bom ter na vida pessoas que nos fazem sempre rir, não é? ), jantamos muito bem e o J. alarvou.
A L. está mega gigante!!!! dois gigantes num só :) está linda!!
Tou um bocado farta de ter sempre gente de volta, a ligar e a visitar (já me sinto o padrinho), mas depois quando estou sozinha é milhões de vezes pior, ou quando a T. adormece. por isso acho que essa parte é agridoce.
Um dia de cada vez e eu como, durmo, falo, rio, choro, conduzo, faço tudo o que fazia antes (se calhar até mais alerta porque me recuso a tomar merdas - porque é que toda a gente pergunta se tomaste alguma coisa? - e a beber, não quero beber (se bem que apetecia-me ir a cooperativa beber uma viuva.).
Depois é chato ter que tratar de merdas. Queria poder desligar e sair daqui, mas há tanta coisa... - por outro lado serve para distrair.

Está tudo bem, e se não ficar bem, arranja-se maneira de lidar."

dias bons

ontem foi um dos dias bons.

o apetite voltou, dormi melhor, e quase quase que não chorei.

fui arranjar as sobrancelhas, esfoliei o corpo, pus creme, pintei as unhas dos pés e jantei petit gateau com sorvete de limão e gelado de chocolate só porque podia.

são estes dias bons que me tiram a ansiedade dos dias muito maus em que tenho medo de ficar sempre assim e enlouquecer.


terça-feira, 18 de junho de 2013

coisas que ninguém te diz

há coisas que ninguém te diz.
como por exemplo, que custa muito mais o depois que na altura. que tens dias em que acordas e te falta o ar porque é tanta coisa em que pensar e tanto sentimento para lidar que pensas que nem te vais conseguir levantar da cama (mas levantas).
as pessoas estão lá naquela altura, no início, oferecem-se para tudo, para te fazer companhia, para te comprar bolos, perguntam se dormiste, se comeste, se já tomaste alguma coisa.
mas ninguém te avisou que o depois é que era pior.

que pura e simplesmente não podes encaracolar-te debaixo de uma pedra qualquer porque há sempre qualquer coisa para tratar, porque tens de voltar ao trabalho, porque a vida não entra em pausa (muito pelo contrário, em fast forward, ainda que confesso, estas semanas parecem três meses, é uma incoerência, eu sei).

ninguém te diz que o teu cérebro te engana, feito estúpido, e dás por ti a pensar que tens de ligar ao teu pai porque não falas com ele há algum tempo.

ninguém te diz que isto é tudo uma grande merda.

por outro lado, como estou em modo sobrevivência há algum tempo, estou sem filtros no que digo às pessoas. e ontem alguém me disse que eu sem filtros sou uma pessoa melhor.


segunda-feira, 3 de junho de 2013

Uma tonelada de limões

E faz pouco mais de uma semana que o meu pai morreu.

Depois falo um pouco mais sobre isto.