terça-feira, 29 de outubro de 2013

pensamento do dia

porque é que damos tanto poder às pessoas para nos magoar?

se calhar é falta de auto-estima.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

pudesse eu...

depois de um fim de semana muito agradável, cheio de boas surpresas e onde realmente (e finalmente) me senti verdadeiramente feliz, estava mesmo bem disposta,de sorriso rasgado, por estar sem expectativas nenhumas e ter apanhado dois concertos, duas exposições e gente de todas as formas, feitios e idades nas ruas, e muita gente conhecida, que já não apertava há imenso tempo. depois de um fim de semana assim tão feliz, custa muito esbarrar numa segunda-feira nas complicações dos outros e da vida. às vezes apetece-me desistir e acho que é mesmo isso que vou fazer. mandar a toalha ao chão.

pudesse eu voltar atrás no tempo....

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

outra vez pão

(hoje estou um bocadinho insistente)

quando comecei este blog a intenção não era propriamente que se tornasse num espaço de desabafo constante e extremamente depressivo.
na altura não estava bem, nada bem, mesmo nada bem, reforço. estava a entrar numa espiral de tristeza, a bater no fundo (outra vez) e já não me lembro do que me levou até aqui, se bem que talvez tenha sido por ter saudades de um outro blog, que mantive por 5 anos, o qual ainda vou espreitar e reler de vez em quando.
as coisas em maio não andavam nada bem, confesso que às vezes me custava até fazer aquelas pequenas coisas básicas do dia-a-dia, como comer, ir trabalhar, rir, dormir. fui pedir ajuda. contra todas as minhas crenças anteriores, de que os psicólogos ajudam muita gente, mas a mim não vai fazer diferença nenhuma, porque eu conheço-me muito bem, eu sei encontrar os problemas, até vejo as soluções, eu desabafo com os meus amigos, muito mais validação tem aquilo que uma pessoa que me conhece bem diz do que outra que só sabe a minha versão da história me poderá dar. tretas. a verdade é que (e falo apenas da minha experiência) a minha psicóloga na primeira sessão me apanhou as manhas todas. e a partir daí foi sempre a crescer. sim, sinto que cresci com a terapia. e agora até sou daquelas pessoas (que detesto) que dá por si a dizer "a minha psicóloga diz...", santa paciência. mas a verdade é que ajudou muito, muito, muito. e por coincidência tive de faltar à minha 2a sessão porque estava no funeral do meu pai.

o meu pai morreu.

a minha maior fonte de ansiedade morreu.

todos estes sentimentos são mistos, com saudade, culpa, tudo misturado. às vezes não consigo distinguir cá dentro de onde vem o que sinto.
há dias em que não sei bem de onde vem toda esta tristeza.
mas a verdade é que não estou feliz. não sei se alguma vez o fui. também não estou depressiva como estava quando iniciei este blog, mas não estou feliz. e quero muito, muito ser feliz. feliz e saudável, não normal, como pedi à psicóloga. já não quero ser normal, apenas feliz.

verdades absolutas #3

Every one of us is losing something precious to us. Lost opportunities, lost possibilities, feelings we can never get back again. That’s part of what it means to be alive.
― Haruki Murakami, Kafka on the Shore

às vezes tenho medo que este vazio que tenho cá dentro cresça tanto que me engula.

hipnoterapia

ainda não vos disse (vos... como se alguém estivesse a ler isto!), mas fiz hipnoterapia no outro dia. e adorei. nunca pensei, mas adorei. não é nada como aquela parvoíce dos filmes ou dos programas de ilusionistas... é assim um misto entre estar acordado e consciente e sentir o corpo perfeitamente relaxado a obedecer a instruções simples.

às tantas ela disse que ao contar até 5 eu ia sentir-me absolutamente relaxada e tranquila. e não sei se foi disso, mas a verdade é que até hoje me sinto assim. tranquila e calma. não estou é feliz... mas lá chegaremos!

terça-feira, 22 de outubro de 2013

velhos hábitos

são difíceis de largar.

Quem está próximo de mim e atento aos meus padrões, vem-me avisando quando os vê a reaparecer. Mas eu vou ter sempre dificuldade em não me preocupar com quem gosto. Nem sei bem lidar com isso, o meu objectivo seria conseguir conciliar as duas coisas, poder tomar conta de mim e, ao mesmo tempo, estar atenta às necessidades dos outros. Porque... eu não posso deixar de ser eu, certo? De todas as coisas que eu tenho de melhorar em mim, esta é a que me dá mais luta, porque me custa a compreender onde estou a falhar...

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

verdades absolutas #2

baby, a broken heart can only hurt you as long as you allow it.

casulo

mesmo de propósito, vinha a abrir isto para escrever e a rádio faz-me uma surpresa (cada vez mais ando a ligar a estes pormenores algo parvos e coincidentes, se calhar é uma tolice, mas mal não faz).

queria só dizer como este fim de semana foi importante, por tantas e tantas razões... sinto-me como alguém que anda a fazer uma dieta e finalmente agora experimentou as calças um número abaixo que lhe servem. afinal compensa, os resultados são lentos e demoram a chegar, mas compensa. vejo a luz ao fundo do túnel, lá longe, muito sumidazinha, mas vejo-a. e sabe bem sentir o peito mais leve, sentir que a cabeça já funciona, saber que tenho em mim o que é preciso.

estou algo lamechas, mas finalmente sinto-me a sair do casulo.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

pensar ou não pensar

lá fora escurece (e são duas da tarde apenas). também chuvisca e finalmente tenho aquela sensação de Inverno à porta.

estou pensativa hoje (e sempre). há uma coisa que não sai da minha cabeça que eu queria mesmo arrancar, apesar de saber que irá desvanecer com o tempo e só estará definitivamente resolvido quando eu deixar de pensar nisso. há uns tempos disse que as coisas só tinham importância porque não deixamos de pensar nelas.. verdade, mas só reparamos que deixaram de ter quando verificamos que já não pensamos naquilo todos os dias, a toda a hora. não sei se forçar a não pensar em algo resulta, mas passinhos pequenos para largar dependências e obsessões.. que não fazem sentido algum...

não sei. como vos disse, estou pensativa. daqui em diante só pode melhorar!

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

gosto de ouvir rádio #2

porque esta música me diz tanto e já não a ouvia há que tempos (e hoje é isto que sinto).

em versão acústica:

Beach House, Used to Be.

normalmente

quando as coisas começam a dar demasiadas complicações desnecessárias é porque se calhar não valem muito a pena.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

note to self

eu não estou num vórtice de destruição. eu estou num processo de cura, e é normal que às vezes me desvie do objectivo final e tenha atitudes menos construtivas. mas não vou deixar que isso me tire o foco dos meus objectivos, nem vou deixar que ninguém defina o meu caminho, nem me deite abaixo.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

gosto de ouvir rádio.

porque assim, num timing perfeito, aparece esta música.

agridoce

fim de semana agridoce.

Coisas boas:
- sexta feira de cinema francês
- bifanas com 10 cm de altura de carne + vinho verde + boa companhia + risos + felicidade
- fazer amigos novos
- JP Simões
- amigos velhos que nos fazem sentir em casa
- dançar até às 6h da manhã

Coisas más:
- o dia seguinte.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

honesty is such a lonely word*

* como dizia o Billy Joel na canção

Ultimamente, neste meu processo lento de metamorfose, para além de deixar de dizer não antes de pensar duas vezes (arriscar mais, sair da zona de conforto - o que já me trouxe boas supresas a curto prazo!), fiz um acordo comigo mesma (não uma promessa, mas um acordo) de tentar ser mais honesta. Honesta comigo, honesta com os outros. Dizer com mais clareza o que sinto, do que preciso. Abraçar mais vezes quem gosto, dizer-lhes isso todos os dias. Procurar estar com quem me faz sorrir, arranjar tempo para fazer coisas que gosto (combater a inércia! não é fácil!). Levar a vida de uma forma honesta, tranquila, feliz.

Parece simples...? Para mim não é, mas estou a experimentar, sem pressões, devagarinho, um passinho de cada vez.

Hoje, daqui a 1h30 quando sair do trabalho, vou direitinha ao São Jorge ver um filme da Festa de Cinema Francês, nem tanto pelo filme, mas pela companhia, 6 amigos do peito que me fazem rir.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

e o Nobel vai para...

Confesso que estava a torcer pelo Murakami, mas fiquei contente por ter sido galardoada uma mulher (a 13ª apenas!) e ainda para mais, contista..., a canadiana Alice Munro.

Nunca li nada dela, mas estou curiosa.

“If I decided to send this to you, where would I send it? When I think of writing the whole address on the envelope I am paralyzed. It's too painful to think of you in the same place with your life going on in the same way, minus me. And to think of you not there, you somewhere else but I don't know where that is, is worse.”

― Alice Munro, The Love of a Good Woman

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

i was trying to sleep when everyone woke up

diz que é uma canção que fala da importância dos outros nas nossas vidas. além de que é bonita pa caramba.

sinais do universo #2

se eu não vou a J.P. Simões, vem J.P. Simões a mim. é isso, meus amigos. e já tenho bilhete na linha da frente e os lenços de papel preparados.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

acho que estou a dormir com os olhos abertos

se me pedissem agora, neste preciso momento, neste dado instante, agora, já, mesmo, se eu ía trabalhar para o brasil de uma forma não temporária, eu ia. não me perguntem porquê brasil, nem porque iria, mas ia mesmo. o que quererá isto dizer?

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

lutos.

Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?

As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar. Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguém antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar.

É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução.

Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha.

Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado.

O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar.

Miguel Esteves Cardoso, Último Volume

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

desabafo

em certas alturas do dia (nem sempre) tenho aquela sensação de sufoco de estar a agarrar-me demasiado a uma coisa que perdi. porque custa tanto deixar ir?

tanto desamor te tenho

Ontem falei-vos de um texto que mudou a minha vida, bom.. não mudou a minha vida, mas lembro-me de que quando o li, senti que havia para ali um sinal qualquer do Universo.

tanto desamor te tenho, tão fora do meu coração ficaste, que em verdade nada te tenho.nunca foste meu e já não sou tua, já não me tens.
pouco sei por que te dou conta deste resultado, que me importará a notícia de mim que recebas? faço-o talvez por fidalguia ou superioridade de ser, que vontade minha nem é que sofras ao sabê-lo, ou que sintas alegria, mas tão só anunciar-te, como ao mundo, que nada mais se espera de ti no meu peito amadurecido agora. agora, posta entre as minhas amigas em sossego, só te lembro como matéria que em mim se deixou apodrecer. saberás tão bem como florescem rosas sobre matérias mortas, e as minhas matérias mortas meu antigo e tolo amante, alimentaram uma sabedoria que me eleva. estou onde nem tu imaginas que se possa chegar.
quanto nos rendemos aos prazeres sem interesse, fico entretanto a pensar.
por que doce e fútil alegria corri iludida com os teus sermões, suja de alma a vender-me corpo e cabeça enganada. sei que estarás ainda hoje nos braços de quantas te satisfaçam o mesmo capricho, usando a mesma crueldade para com elas, convicto talvez que lhes pagas com a aventura o preço da revelação que virá mais tarde. enganas-te. pousado o corpo, lavado o espírito, nem a volúpia nem o prazer, nada se impõe e a vida recompõe-se e até a vontade de recato e dignidade se reforça, tens de o saber.
nada, nada mesmo do que pudeste destruir-me se deixou destruído. não existes, meu antigo e tolo amante, agora já não existes.
esqueci tanto amor e tanto sofrimento. nem sei por que me terás levado à loucura, tão lúcida que me encontro, nem por que ganhei afeição ao sofrimento, que era o único amor que me deixaste, apartado de mim eternamente nesta vida e na vida em frente.
sofrimento nenhum se justifica por quem não o merece, aprendi-o bem.
e se meus votos sentidos perante deus me obrigam a um amor universal, passarei meu coração por cima do teu nome como se de mais um pássaro, um seixo ou um curso de água mais vivo fosses. rezarei por ti entre estas coisas mais naturais, deixarei para os homens um coração maior, importada com eles acima do cão que temos no convento, do carvalho que nos dá sombra no verão e nos uiva no inverno, ou da água que nos mata a sede, e que deus me perdoe.

valter hugo mãe

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

guarda-chuvas

– A minha mãe, Sr. Elahi, interrogava-se para onde vão os guarda-chuvas. Sempre que ela saía à rua, perdia um. E durante toda a sua vida nunca encontrou nenhum. Para onde iriam os guarda-chuvas? Eu ouvia-a interrogar-se tantas vezes, que aquele mistério, tão insondável, teria de ser explicado. Quando era jovem pensei que haveria um país, talvez um monte sagrado, para onde iam os guarda-chuvas todos. E os pares perdidos de meias e de luvas. E a nossa infância e os nossos antepassados. E também os brinquedos de lata com que brincávamos. E os nossos amigos que desapareceram debaixo das bombas. Haveriam de estar todos num país distante, cheio de objectos perdidos. Então, nessa altura da minha vida, era ainda um adolescente, decidi ser padre. Precisava de saber para onde vão os guarda-chuvas.

– E já sabe? – perguntou Fazal Elahi.

– Não faço a mais pequena ideia, mas tenho fé de encontrar um dia a minha mãe, cheia de guarda-chuvas à sua volta.

Afonso Cruz, Para Onde Vão os Guarda-Chuvas.

Já mandei vir o meu, amanhã deve chegar o Kafka à beira Mar do Murakami (li recentemente o Auto-retrato de um Escritor como Corredor de Fundo e fiquei fã, apesar de saber que este último é um livro diferente dos outros romances dele), e como aproveitei uma campanha da Wook de vale de 100% na compra de um livro, que só podemos usar em 50% das compras, já tenho no cesto este tal do Afonso Cruz, o novo do Valter Hugo Mãe (a ver se vos mostro um texto dele que mudou a minha vida) e o Como é Linda a Puta da Vida, do meu adorado Miguel Esteves Cardoso.

devo ter leitura suficiente para o resto do ano, espero.

coisas difíceis

ontem fiz umas das coisas mais difíceis que tive de fazer até hoje.

[claro que "das coisas mais difíceis" também é muito relativo, porque ainda há muito pouco tempo tive de fazer umas tantas dessa categoria]

mas o céu não desabou, nem o mundo acabou.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

mau tempo do canal

gostava que o meu humor não estivesse tão directamente relacionado com o clima.

mas dão dias de sol já para este fim-de-semana.