quarta-feira, 23 de outubro de 2013

outra vez pão

(hoje estou um bocadinho insistente)

quando comecei este blog a intenção não era propriamente que se tornasse num espaço de desabafo constante e extremamente depressivo.
na altura não estava bem, nada bem, mesmo nada bem, reforço. estava a entrar numa espiral de tristeza, a bater no fundo (outra vez) e já não me lembro do que me levou até aqui, se bem que talvez tenha sido por ter saudades de um outro blog, que mantive por 5 anos, o qual ainda vou espreitar e reler de vez em quando.
as coisas em maio não andavam nada bem, confesso que às vezes me custava até fazer aquelas pequenas coisas básicas do dia-a-dia, como comer, ir trabalhar, rir, dormir. fui pedir ajuda. contra todas as minhas crenças anteriores, de que os psicólogos ajudam muita gente, mas a mim não vai fazer diferença nenhuma, porque eu conheço-me muito bem, eu sei encontrar os problemas, até vejo as soluções, eu desabafo com os meus amigos, muito mais validação tem aquilo que uma pessoa que me conhece bem diz do que outra que só sabe a minha versão da história me poderá dar. tretas. a verdade é que (e falo apenas da minha experiência) a minha psicóloga na primeira sessão me apanhou as manhas todas. e a partir daí foi sempre a crescer. sim, sinto que cresci com a terapia. e agora até sou daquelas pessoas (que detesto) que dá por si a dizer "a minha psicóloga diz...", santa paciência. mas a verdade é que ajudou muito, muito, muito. e por coincidência tive de faltar à minha 2a sessão porque estava no funeral do meu pai.

o meu pai morreu.

a minha maior fonte de ansiedade morreu.

todos estes sentimentos são mistos, com saudade, culpa, tudo misturado. às vezes não consigo distinguir cá dentro de onde vem o que sinto.
há dias em que não sei bem de onde vem toda esta tristeza.
mas a verdade é que não estou feliz. não sei se alguma vez o fui. também não estou depressiva como estava quando iniciei este blog, mas não estou feliz. e quero muito, muito ser feliz. feliz e saudável, não normal, como pedi à psicóloga. já não quero ser normal, apenas feliz.

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